Veritas odium porit...

.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

As cores do mundo

Eu como desenhista amadora e amante de artes plásticas que sou tenho profunda relação com as cores.
Costumo dizer que para todo sentimento há uma cor.
Um exemplo disso sou eu mesma! rs!
Sempre fui uma pessoa amante das cores fortes e alegres como o fuchsia, o turquesa, o vermelho... E procurava agregar esses tons a  minha vida, tanto nas minhas pinturas quanto nos meu objetos pessoais...
Até a morte da minha mãe eu enxergava todas as cores do mundo de uma forma alegre, mas quando a minha mãe morreu o mundo simplesmente ficou completamente em branco como um papel que nunca foi riscado.
Um branco vazio, completamente ausente de qualquer cor... Nos primeiros 3 dias após a sua morte eu não sentia nada parecia que eu estava mergulhada em um imenso vazio dentro de mim mesma.
Passado os 3 dias, meu mundo se tingiu de preto, cinza e vermelho. Três cores que representam respectivamente para mim o coração partido, o desânimo e a revolta...
Até então estava tudo "bem", pois é melhor ter cores tristes e fortes do que ficar em completo alvor vazio.
Preocupante mesmo, foi quando o preto, o cinza e o vermelho, deram lugar a um azul profundo...
Um azul profundamente triste, na qual eu mergulhara e não pretendia emergir dele...
O azul tomou conta de mim, e deste tom passei a enxergar tudo a minha volta (tenho inclusive um quadro que expressa isso)..
Parecia que tudo sempre havia sido naquele tom e que nada mais faria diferença e tampouco outra cor me importaria novamente.
Bani da minha vida o rosa, o amarelo, o laranja... Tudo era azul! O mundo tinha apenas uma única e triste cor...
Até que em um certo momento um ser muito especial (meu marido) me mostrou o verde.
O verde da esperança!
Como na mistura de uma aquarela o azul contaminou-se com o verde, dando origem a novas matizes...
Meu mundo passou a ter cores diferentes novamente...
Ele me devolveu todos os tons que eu tanto amava e eu havia esquecido... ou abandonado...
Com ele enxerguei novamente o rosa-chá do carinho, o amarelo da inteligência, o azul-bebê do sono, o fuchsia da alegria...
Espero sinceramente, nunca mais mergulhar no azul profundo a qual quase me afoguei...



Nenhum comentário:

Postar um comentário